terça-feira, 20 de outubro de 2009

LITERATURA DE CORDEL

Literatura de cordel é um tipo de poesia popular, originalmente oral, e depois impressa em folhetos rústicos. São escritos em forma rimada. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados, geralmente, de viola. A história da literatura de cordel começa com o romanceiro luso-espanhol da Idade Média e do Renascimento. O nome cordel está ligado à forma de comercialização desses folhetos em Portugal, onde são pendurados em cordões, lá chamados de cordéis. Os temas incluem fatos do cotidiano, episódios históricos, lendas e temas religiosos. As façanhas do cangaceiro Lampião (Virgulino Ferreira da Silva, 1900-1938) e o suicídio do presidente Getúlio Vargas (1883-1954) são alguns dos assuntos de cordéis de maior tiragem. É comum os autores criarem seus versos improvisadamente diante de um acontecimento ou uma pessoa que queiram homenagear. As formas variaram pouco ao longo do tempo.No Brasil, a literatura de cordel é produção típica do Nordeste, sobretudo nos estados de Pernambuco, da Paraíba e do Ceará. Costuma ser vendida em mercados e feiras pelos próprios autores. Em outros Estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, é encontrada em feiras de produtos nordestinos. Os poetas Leandro Gomes de Barros (1865-1918) e João Martins de Athayde (1880-1959) estão entre os principais autores. Na atualidade, Guaipuan Vieira é um autor de destaque. Nascido em 1951, no Piauí, o filho do poeta folclorista e indianista Hermes Vieira tem raízes da arte de versejar. Conviveu com o homem sertanejo na propriedade rural do pai. É poeta cordelista, xilográfo e radialista, filiado à ACI – Associação Cearense de Imprensa. É graduado em Teologia, pelo Instituto de Ciências Religiosas/CE – ICRE. Estudou Filosofia, é funcionário da Receita Federal e criou o Centro Cultural dos Cordelistas do Ceará – Cecordel. Com apoio de empresas privadas, criou a Banca do Cordel, hoje Banca Nacional do Cordel sendo, atualmente, seu presidente. Hoje, somam-se vários folhetos de cordel publicados com destaque nos jornais Diário do Nordeste, Tribuna do Ceará, Gazeta Mercantil e Folha de São Paulo. Em 2004, no Festival Internacional de Cantadores, em Quixadá – Ceará, foi outorgado pela Academia Brasileira de Literatura de Cordel -ABLC, com a Medalha de Mérito pelo relevante trabalho prestado em prol da literatura de cordel no Ceará.


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